Em meu último artigo, “Durma enquanto eles trabalham (Você não leu errado)“, trouxe a questão do burnout como tema, utilizando de uma experiência atual onde percebi que precisava diminuir o rítmico e respeitar meu limite. Infelizmente tomei essa decisão depois que as consequências psicológicas e físicas começaram a aparecer, mas é justamente para isso que estamos aqui expondo esses casos.
O esgotamento mental é sério e infelizmente os dados são alarmantes quando os vemos não só nacionalmente como a nível mundial. Ao falarmos de Brasil, segundo a pesquisa da filial nacional da International Stress Management Association (Isma), realizado com mil pessoas de 20 a 60 anos entre 2013 e 2014, 30% dos profissionais apresentam esse grau máximo de “pane no sistema”. Grau máximo, note bem, aquele momento onde a pessoa já deu o “pane” e forçou-se ou foi forçado a dar um tempo, parar a mente e respirar.
Após ter reconhecido que eu precisava parar um pouco, aproveitei uma viagem de lazer de quatro dias para não usar o celular. Para não dizer que não usei, utilizei para por músicas e repostar stories que me marcaram no Instagram, pois nem posts quis fazer. Por fim, voltei para casa com um pouco mais de 300 mensagens no WhatsApp. Um dos pontos que destaquei é que algumas das pessoas que entraram em contato pedindo serviços, atividades e favores, foram justamente a que deixei avisado dos dias fora e, que até as 19h30 da quarta-feira pré-viagem, estaria disponível para encaminhar ou corrigir o que fosse necessário.
O “Detox” foi maravilhoso; consegui voltar leve, tranquilo e ciente de que minhas atividades estavam em dia. Voltei com mais certeza ainda de que eu precisava ter tirado aquele tempo e priorizado minha saúde. Algo que temos que entender é que os outros não irão nos pedir para parar, não entenderão como está nossa rotina e seguirão pedindo, solicitando, ligando… até que você coloque um limite e diga que não estará disponível.
Com as redes sociais, informação instantânea na palma da mão, tudo cada vez mais acontecendo em um piscar de olhos, se torna fácil perdermos a atenção, gastarmos nossa energia vidrados em nossos smartphones, respondendo a todos que nos contatam e esse ciclo se torna uma amarra. Fica difícil largar o telefone, a ansiedade aumenta para ver se alguma pessoa mandou mensagem, ver o que tem nas redes sociais, o tempo precisa passar tão como a sua inquietação. Mas é justamente contra isso que temos que ir, voltar ao normal, a nossa necessidade do sossego. Parar, tirar um tempo para nós mesmos, aproveitar, faz bem. E se é necessário largarmos um pouco alguns vícios, ou simplesmente ferramentas que vão atrapalhar esse momento de calma, larguemos.
Como já dito em outros artigos e também pessoalmente para alguns colegas:
Na maioria das vezes as coisas são simples, porém já em proporções que não podemos ignorar se tornam problemas pesados e que demandam estratégias para que se resolva. A “simplicidade” das coisas não depende apenas de nós, e sim de todo um sistema que, se não nos cuidarmos, podemos nos prejudicar.
Respeitem seus limites, e foque, se organize para tirar algumas horas ou dias para você, para sua mente. Faz bem largar um pouco o smartphone.
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Pedro Gonçalves é Coordenador de marketing na Pêssego Atômico – Produção multimídia e Consultoria em Marketing, trabalha com consultoria e gestão com diversos clientes na região da AMUREL em Santa Catarina.
Também é host do podcast Pêssego Podcasts onde fala de Literatura, Cinema e Quadrinhos, e possui quadros semanais nas rádios Porto Gravatá (Gravatal – SC) e Pamppas WEB (Porto Alegre – RS).
Roteirista de Sketches de comédia pela The Second City – Comedy School de Chicago.
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